Resenha Crítica - O Sagrado na Babilônia
Aline Coimbra de Alcântara²
O livro O Sagrado na Babilônia Antiga do autor António Ramos dos Santos, mestre em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Graduado em Licenciatura em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorado em Letras (História Pré-Clássica) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa relata o que vem a ser sagrado para os antigos babilônicos e distingue-se o homem religioso do não religioso.
No primeiro capítulo intitulado A Hermenêutica do Sagrado, de acordo com Mircea Eliade, o homem religioso acredita na realidade absoluta e o não religioso abdica toda a transcendência, assim o símbolo e o arquétipo tornam-se as chaves para entrar no sagrado, tendo como acuidade a história dos povos estudados pelo historiador das religiões, sendo que este possui três caminhos a seguir em relação a um fenômeno religioso: Histórico, Fenomenológico e Hermenêutico. Já a instituição desvenda a natureza do sagrado e distingue o homem natural (compreende o significado do pecado, sagrado, salvação, falta-lhe a categoria da avaliação) do homem espiritual (capaz de compreender o sagrado). Alcança assim um novo termo o numinoso – isso por meio de quatro etapas psicológicas, segundo Rudolfo Otto: A primeira é a experiência religiosa; Segunda é a emoção religiosa (tremendum); A terceira é o sobrenatural ou transcendente (mysterium) e a quarta diferencia-se pelo valor beatífico (fascinans) de onde decorre o amor, a compaixão, piedade.
O sagrado é o divino enquanto valor objetivo e o sonctum (sagrado). É por meio do sonctum, que o homem religioso vê de uma só vez o que é profano, as coisas que não são tocadas pelo valor numinoso, então o homem natural não tem consciência da profanidade e o religioso tem consciência viva do anti-valor do que se opõe ao sonctum. O sagrado manifesta-se ao longo de toda a