resenha arriguci
Luiz Fernando Pinto Bahia1*
HUMILDADE, PAIXÃO E MORTE
A poesia de Manuel Bandeira
Ensaios de crítica literária de Davi Arrigucci Jr.
“Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela”
Manuel Bandeira, “Belo Belo”2
A obra Humildade, paixão e morte: a poesia de Manuel Bandeira, ensaios de autoria de Davi Arrigucci Júnior está estruturada em três partes: a primeira, intitulada
“A fonte escondida (A humildade)”, disposta em três capítulos, aborda os poemas
“Maçã”, “Poema só para Jaime Ovalle” e “Poema tirado de uma notícia de jornal”.
A segunda, intitulada “Instantes de alumbramento (A paixão)”, engloba os poemas “Itinerários de Pasárgada”, “Alumbramento” e “Cantiga”.
A terceira e última parte, “A morte em cena”, analisa os poemas
“Profundamente”, “Evocação de Recife” e “Consoada”.
A presente resenha, no contexto da Literatura Comparada, tem como objetivo abordar a primeira parte da obra em estudo e buscar identificar, a partir da pesquisa de Davi Arrigucci Jr., a influência de outras expressões da arte e de intermediários culturais na obra de Bandeira.
Em um primeiro momento, o autor realiza um ensaio sobre o poema “Maçã” de
Manuel Bandeira, apresentado a seguir:
1
Luiz Fernando Pinto Bahia, bacharel e licenciado em Letras Orientais (Português e Russo pela Universidade de São Paulo), possui cursos de pós-graduação lato sensu em Literatura
Brasileira e Técnicas de Ensino e stricto sensu nas áreas de Estudos Brasileiros e de
Planejamento Estratégico. É professor do Curso de Pedagogia do Centro de Educação,
Filosofia e Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
2
ARRIGUCCI JR., Davi. Humildade, paixão e morte: a poesia de Manuel Bandeira. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p.20.
Revista Primus Vitam Nº 3 – 2º semestre de 2011
1
“MAÇÔ 3
“Por um lado te vejo como um seio murcho
Pelo outro como um ventre de cujo