Resenha crítica sobre o filme “obrigado por fumar”
O filme de 2006 “Obrigado por Fumar” é uma produção satírica sobre a indústria do cigarro e do tabaco. Seu personagem principal, Nick Naylor é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros. Ele é um lobista e um ás da retórica e da argumentação. Ele mesmo diz que se alguém consegue vender cigarros, pode vender qualquer coisa. Afinal, o que está em jogo não é a moralidade da questão, mas a habilidade dos argumentadores em persuadir as pessoas (nesse caso, convencer que o cigarro não faz mal). Usando as palavras certas, o tom certo de voz e a convicção (mesmo que seja falsa) no que está falando, o protagonista é altamente bem sucedido em sua área. Sua fama faz com que Nick atraia a atenção dos principais chefes da indústria do tabaco e também de Heather Holloway, a repórter de um jornal de Washington que deseja investigá-lo. Ele diz repetidamente que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo.
A introdução de “Tratado da Argumentação” de Perelman fala sobre a nova retórica. Apresenta um estudo sobre o raciocínio, a retórica e o mais importante, a argumentação. Resumindo, é um estudo sobre o poder da palavra. Esse estudo, basicamente, preocupa-se em analisar a estrutura da argumentação, os recursos discursivos, a técnica que utiliza a linguagem para persuadir, convencer e influenciar comportamentos.
Só com essas informações, já é possível traçar paralelos entre o filme e a introdução do texto. Perelman utiliza três termos em sua obra: “discurso”, “orador” e “auditório”. O primeiro é a argumentação, o segundo é aquele que a apresenta e o terceiro é o público a quem ela se dirige. Comparando com o filme, o orador é o protagonista Nick Naylor; o discurso é que o cigarro não faz mal à saúde; e o auditório é a população em geral, tanto os