Resenha crítica -segundo tratado, locke
O antagonismo entre a dinastia Stuart representada pela coroa (Jaime II) e o parlamento dominou a Inglaterra durante grande parte do século XVII. Tal cenário reverteu-se após a Revolução Gloriosa onde os parlamentares tramaram um golpe contra Jaime II para a ascensão de Guilherme de Orange.
Com o triunfo do liberalismo político sobre o absolutismo na Revolução Gloriosa e a queda de Jaime II o então refugiado na Holanda acusado de conspiração, John Locke pode voltar à Inglaterra.
Com base na experiência ocorrida durante a Revolução Gloriosa John Locke escreve o “Segundo tratado sobre o governo civil”, defendendo que revoluções contra o Estado podem ocorrer caso este não cumpra seu dever de garantir a propriedade privada.
O ponto de partida de Locke no Segundo Tratado é a necessidade de se legitimar o poder entre um individuo e o outro. Locke, no primeiro capítulo, definiu o que vem a ser o poder político, onde leis e prerrogativas são tomadas com a finalidade regulamentar e manter a ordem da república, e para aqueles que transgredirem as leis ou perturbarem a ordem pública se aplique medidas cabíveis, que incluem pena de morte.
O próximo tópico abordado por Locke é o estado de natureza. Locke separa o estado de guerra do estado de natureza, pois em sua visão não há como compreender o poder político sem que se entendam as condições normais de existência do homem. Em suas condições normais de existência todos os indivíduos são iguais, não recebem ordens de qualquer outro, são livres para ir e vir, desfrutam de seus bens da forma que lhes convém e seu trabalho é a fonte de sua legitimidade, pois a propriedade que constituem foi obtida através de seu trabalho, entre tanto este estado de liberdade não pode ser confundido com um estado de permissividade. Em seu estado de Natureza o homem é regido pela razão, um direito natural que se impõe a todos e que não os permite lesar uns aos outros tendo em vista a igualdade