Resenha Crítica - Eichmann em Jerusalém
O livro de Hannah Arendt, aborda o julgamento de Adolf Eichmann, um alemão que durante o período da 2ª Guerra Mundial, ajudou na organização da morte de milhões de judeus, trazendo à discussão pela autora a “banalidade do mal”, que desafiava as palavras e os pensamentos. A autora tenta no decorrer da obra, mostrar que realmente Eichmann não seria capaz de matar um superior para ficar com o seu cargo, ou de realmente matar um judeu com suas próprias mãos. No entanto, o acusado se demonstrava tão cego quanto ao regime nazista e a sua ideologia imposta, que não percebia mais o que estava fazendo, não sabia o real propósito de seus atos, uma vez que apenas seguia ordens.
Nos três primeiros capítulos do livro que são “A Casa da Justiça”, “O acusado” e “Um perito na questão judaica”, Hannah Arendt narra sobre o local do julgamento e descreve sobre Eichmann. O julgamento ocorre em Israel, sendo Adolf Eichmann sequestrado em Buenos Aires a mando de Mossad para que ele fosse julgado num tribunal composto por judeus, pois acreditava que apenas o povo judeu saberia puni-lo da melhor forma. O Tribunal era composto por três juízes israelenses, um advogado de defesa e a estrutura primária de tradução. Eichmann sempre afirmava que não tivera nada a ver com a morte de milhões de judeus, pois nunca foi capaz de matar ninguém, no entanto, não podia negar que esteve envolvido no processo que os levariam a morte. O acusado declarava que apenas sentia algum peso na consciência quando não realizava as tarefas que foram ordenadas da maneira mais eficiente possível. Não fora um homem de destaque desde a sua infância, não concluiu o ensino e antes de entrar para a SS possuía um emprego mediano. Seu trabalho no partido nazista começou com um foco na questão judaica na Alemanha, das leis antissemitas e na perseguição aos judeus. Conseguiu ascensão no partido uma vez que era muito bom em negociar e organizar, conseguindo emigrar