Resenha Ciência e Técnica como Ideologia - HABERMAS, J.
Habermas quer superar o quadro categorial de análise para a compreensão da dinâmica histórica e aponta a desprivatização do tempo livre. Uma das teses dele é que essas categorias analíticas não são mais úteis hoje, ou têm uma utilidade muito limitada.
Para isso, ele discute o conceito de racionalização de Weber, que é a expansão do agir racional com respeito a fins.
A lógica que perpassa a evolução técnica ou da técnica é a lógica da evolução da transposição do trabalho humano para os artefatos. O trabalho transposto para um artefato na extensão da capacidade motora é de reunir matéria nas mãos e colocar em outro lugar.
Habermas diz que na verdade o gênero humano na sua totalidade tem feito isso, independente de suas sociedades. As formas são múltiplas e variáveis, mas existe uma lógica que perpassa a evolução da técnica. Isso não pode ser transcendido e as soluções tem que ser inventadas dentro das próprias possibilidades históricas. Nesse sentido, o autor aponta que a técnica reduz-se a um projeto do gênero humano em seu todo.
Seria, segundo Habermas, o último estágio mais evoluído desse anseio projetando as capacidades físicas, cerebrais, cognitivas e afetivas dessa conexão. Existe, portanto, uma conexão imanente entre a estrutura técnica que é conhecida e a ação racional dirigida a fins. A história da técnica é a objetivação gradual da ação racional com respeito a fins, isto é, obedece à lógica da estrutura da ação racional com respeito a fins que é a estrutura do trabalho, logo, trabalho passa a ser uma categoria central no modelo desenvolvido pelo autor.
Habermas reformula o quadro categorial de Weber evidenciando a proposta dele de trabalho e interação. O autor passa a ilustrar o modelo dele com exemplos e situações concretas, entendendo que a ação instrumental é uma forma de adaptação mais ativa, mas é diferente o que acontece com o quadro