Resenha arquitetura
Qual o papel da profissão?
(João Sette Whitaker Ferreira)
O universo em que se coloca a atuação do arquiteto no Brasil é reducionista frente ao que se considera como um “arquiteto” e, mais ainda, um arquiteto cujo sucesso profissional sirva para representar a profissão, apenas àqueles que estão atuando em escritórios que são cultuados por praticarem uma atividade profissional autora destinada à alta renda, que delimitando o campo de atuação no mercado arquitetônico e urbanístico, são considerados verdadeiros arquitetos e reconhecidos por tal profissão.
Em suma, o Brasil é um país exacerbadamente elitizado, que precisa urgentemente começar a mudar essa situação. Suas cidades, que são o reflexo no espaço dessa sociedade desequilibrada, também precisam urgentemente mudar. E cabe a nós arquitetos e urbanistas projetarem essa mudança da melhor forma possível e a luta deve fazer parte dessa mudança que não irá acontecer de maneira fácil. E não permitir que situações como a construção de apartamentos de menos de 50m² que são vendidos por cerca de 100 mil reais, por meio do minha casa minha vida, dando à população que antes nunca imaginaria ter casa própria a realização de um sonho, a sensação de se estar vivendo “como os ricos”. O que poderia ser bom torna-se, porém, exageradamente caro, com um padrão estético mais do que questionável. Pior, a maioria das construtoras “carimba” um mesmo projeto indiscriminadamente em qualquer região, sem nenhuma preocupação com a adequação climática, topográfica, etc. O está a arquitetura e o urbanismo em tudo isso?
Estamos diante de uma arquitetura eleticista, na faculdade em que cursamos não temos a opção de fazer um projeto em que os gastos sejam controlados, visando representar a realidade em que iremos trabalhar, o que se tem são projetos irreais às vezes onde podemos criar sem nenhum tipo de preocupação econômica.
Estaríamos nos arriscando a repetir os