resenha 19
João Sicsu
Este artigo mostra que a teoria que sustenta o regime de metas inflacionárias não é consensual entre os economistas e que suas hipóteses não possuem evidências capazes de sustentá-las. Por vezes, tais hipóteses nem mesmo possuem consistência interna. A política monetária é útil também para fins reais, isto é, para estimular o produto e o emprego de uma economia. . Para tanto, mostra-se que países que adotaram o regime de metas inflacionárias e países que não o adotam, ambos os conjuntos, têm tido sucesso no front da inflação.
Os defensores da adoção de metas de inflação acreditam que a política monetária não é um instrumento que possa estimular o investimento e, conseqüentemente, reduzir o desemprego. Apóiam suas crenças na hipótese da existência da taxa natural de desemprego, na curva de Phillips e no chamado viés inflacionário.
Então, o regime de metas proposto é coerente com suas crenças: um banco central deve tentar apenas controlar a inflação porque a política monetária não pode fazer nada além disso. E metas devem ser fixadas porque se transformam em um eficaz remédio contra o viés inflacionário que acomete ministros, parlamentares e empresários.
A política monetária é uma das políticas econômicas governamentais que devem ser utilizadas conjuntamente com as demais políticas para se atingir níveis socialmente aceitáveis (e tecnicamente sustentáveis) de emprego e inflação. Uma política monetária voltada somente para manter a inflação sob controle está, na verdade, sendo subutilizada.
Argumentos empíricos também têm sido utilizados na defesa do regime de metas inflacionárias. É comum se ouvir dizer que o regime de metas tem sido bem-sucedido nos países onde passou a ser adotado. Realmente, deve-se reconhecer que a inflação assumiu uma trajetória descendente durante os últimos anos nos sete países desenvolvidos que adotaram o novo regime.
Entretanto, é importante ser destacado que o regime de