Resenha 10
NACIONAL: RUPTURAS E TRANSIÇÕES NA RÚSSIA E NA CHINA.
Dois fatos espetaculares marcaram o final do século XX e tiveram repercussões oceânicas sobre a economia, a política e as ideologias mundiais. Após a extinção da
União Soviética, a Rússia sofreu uma contração de cerca de 50% do seu PIB ao longo dos anos de 1990 e transformou-se radicalmente, passando de uma economia industrial integrada para uma economia essencialmente produtora e exportadora de petróleo e gás.
A China, depois de um crescimento médio anual próximo a 10%, evoluiu nesta mesma década de uma economia preponderantemente agrícola para uma economia industrial.
A União Soviética teria revelado uma crônica incapacidade de evoluir de um sistema baseado no uso extensivo de insumos para um sistema centrado em inovações tecnológicas, o que teria resultado em baixo crescimento econômico. Há um significativo número de estudos cobrindo aspectos específicos relevantes. Destacam-se entre estes as análises centradas em fatores políticos internos e externos. Entre os primeiros sobressaem abordagens que atribuem o colapso soviético a uma conspiração das elites na defesa de seus privilégios e poder. Algumas destas abordagens identificam que a radicalização da Guerra Fria imposta pelo governo Reagan com a sua ofensiva guerra nas estrelas e o seu apoio à guerra quente no Afeganistão levaram a uma crise econômica e militar sem precedentes, resultando no colapso de União Soviética. Em convergência com as abordagens sistêmicas, o colapso teria sido uma consequência do crescente fardo do orçamento militar numa economia de comando. Em contraste, para muitos, o sucesso da China teria sido o resultado de uma decisiva virada para a economia de mercado no final dos anos 1970, revelando a superioridade intrínseca desta e as virtudes do capitalismo como máquina de crescimento através da modernização tecnológica. A China e a Rússia são detentores de grandes reservas financeiras