Representações sociais da loucura
Existe a questão das finalidades próprias das representações sociais, atribuindo-lhes quatro funções essenciais:
1- Função de saber: as representações permitem compreender e explicar a realidade através do saber prático do senso comum, permitindo aos atores sociais adquirirem conhecimentos e integra-los em coerência com seu funcionamento cognitivo e com os valores aos quais aderem. As representações também facilitam e também é condição necessária para a comunicação social, permitindo a troca social.
2- Função identitária: As representações definem a identidade e permitem a salvaguarda da especificidade dos grupos. Cumprem a função de situar os indivíduos no campo social, permitindo a elaboração de uma identidade social compatível com sistemas e normas e de valores social e historicamente determinados.
3- Função de orientação: As representações intervêm diretamente na definição da finalidade da situação, determinado, a priori, os tipos de relação pertinentes para o sujeito, são fatores produtores da realidade, com repercussões tanto da forma como o indivíduo interpreta o que lhe acontece e o que acontece ao seu redor, como nas respostas que encontra para fazer face ao que julga ter acontecido. Segundo Moscovici (1978), a representação social contribui para a formação de condutas, ou seja, é uma preparação para a ação. Tanto por conduzir o comportamento, como por modificar e reconstruir elementos do meio ambiente em que o comportamento teve lugar.
4- Função justificatória: As representações permitem justificar a posteriori, as tomadas de posição e os comportamentos.