Epistemologia de foucault
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Curso de Ciências Sociais
Epistemologia
Professora: Márcia Grisotti
Aluna: Noa Cykman
O método arqueológico de Michel Foucault
O livro “Foucault: A Ciência e o Saber”, de Roberto Machado, traz à tona alguns temas relevantes da extensa obra de Foucault que tangem temáticas epistemológicas, apresentando-as como forma de se compreender a maneira como este autor realizou seus trabalhos de pesquisa. As três partes abordadas neste trabalho, “Uma arqueologia da percepção”, “Uma arqueologia do olhar” e “Uma arqueologia do saber”, capítulos da segunda parte do livro, formam um panorama básico do método arqueológico utilizado, exemplificado em alguns de seus livros.
A primeira parte, “Uma arqueologia da percepção”, inicia trazendo o resgate histórico feito por Michel Foucault sobre a trajetória da percepção da loucura. Através dessa análise, pode-se observar seu método epistemológico e a forma como enxerga os acontecimentos, enquanto busca explicar as condições históricas para o nascimento da psiquiatria no século XIX.
Façamos uma recapitulação dessa história, que se inicia na época do Renascimento. Nesse período, o louco vivia solto, errante, e havia uma concepção ambígua da loucura – por um lado, a loucura era vista como saber, como “experiência trágica”, enquanto, por outro, era vista como ilusão, sob uma “consciência crítica”. Com o tempo, ganhou força a segunda perspectiva, e, conforme a loucura é vista de forma cada vez mais pejorativa, inicia-se nessa época a dominação da loucura pela razão – razão como verdade, observada na moral.
Essa dominação vai se agravar na época clássica, quando a loucura é taxada de “desrazão” e, assim, unida a todos os outros excluídos da ordem da razão – pobres, libertinos, etc – e são todos reclusos em instituições desprovidas de respaldo médico e científico. “O Grande Enclausuramento”, como é chamado, é fruto não de análises específicas da