A REPRESENTAÇÃO DA LOUCURA PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

A REPRESENTAÇÃO DA LOUCURA PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

Vanderléia Osória da Silva Reis*
André Luis Masiero**

RESUMO

Este estudo foi desenvolvido com 15 indivíduos que trabalham como agentes comunitários de saúde no Programa Saúde da Família de Alfenas, MG, e teve como objetivo analisar a formação da representação social da loucura por esses sujeitos. Os discursos foram obtidos através de entrevistas semi-estruturadas. O método utilizado para foi a análise de conteúdo. As representações sociais de loucura foram construídas a partir dos núcleos de significado: definição de loucura, causas, comportamento e cura.

Palavras-chave: Saúde Mental; Representação Social; Loucura; Agentes Comunitários de Saúde.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo principal compreender a representação da loucura pelos Agentes Comunitários de Saúde do Programa Saúde da Família de Alfenas.
Para tanto, se faz necessário entender a história da loucura, as novas políticas implementadas após o movimento da reforma psiquiátrica e o papel do Agente Comunitário de Saúde no Programa Saúde da Família, além da teoria das representações sociais.
O trabalho partiu da experiência profissional da autora, obtida através da sua atuação no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), criado pela Portaria nº. 154, de 24 de janeiro de 2008, com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização a partir da atenção básica (Ministério da Saúde, 2008).

1.2. Breve história da loucura.
Durante a alta Idade Média os loucos eram depositados em antigos leprosários ou naus que navegavam sem destino, isolados do convívio social e sem nenhuma intenção de tratamento (Foucault, 2005).
O conceito de loucura como falta da razão surgiu na