O que é Contemporâneo
A contemporaneidade é marcada por diversas mudanças sociais, urbanísticas, epistemológicas, estéticas e ideológicas, que norteiam toda práxis em sociedade. Essas mudanças, segundo Agamben (2009), se dão mediante a dialética proveniente entre dispositivos e seres viventes. Os dispositivos são instrumentos simbólicos que tem o poder de legitimar, determinar, hábitos, costumes, valores, crenças, controlando e assegurando os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes, atuando diretamente no processo de subjetivação do sujeito. O ser vivente, substância simbólica, transmite os valores e hábitos de um tempo, ou seja, fornece signos e categorias para o sujeito interpretar sua realidade interna e externa, mediado pela linguagem. Mas toda transmissão de saberes oriundas dos seres viventes são legitimadas e organizadas pelas instituições, dispositivos, que engendram e norteiam todo saber fazer de uma sociedade.
A individualidade, segundo Agamben (2009), surge mediante ao processo de dessubjetivação, onde o sujeito apreendido pelos dispositivos começa a questionar e refletir sobre os mesmos, transfigurando e desautorizando o seu poder, exercendo o contra controle, engendrando mudanças em toda cosmologia social e sua práxis. O contra controle é o principal instrumento de mudanças sociais e históricas, visto que o questionamento sobre os dispositivos permite ao sujeito organizar, mediante a sua singularidade, as representações e ideologias do seu tempo, permitindo reapresenta-las. É nos processos oriundos da reapresentação que surge o novo, na medida em que o sujeito, ao questionar os dispositivos, destituem sua eficácia e poder de controlar e nortear os desejos sociais, tendo que organizar as representações que o conceberão e atualiza-las na realidade segundo a sua própria subjetividade, gerando mudanças que se objetivarão em novos dispositivos.
O novo emergido pela singularidade do