Representação em Schopenhauer
1. Introdução e justificativa
Trata-se de uma explicitação do conceito de representação, tal como exposto no Livro I de O Mundo como Vontade e como Representação, de Arthur Schopenhauer. Para isso discutir-se-á em que sentido a representação é submetida ao princípio de razão, assim como, por conseguinte, distinguir-se-á entre representação intuitiva e representação abstrata. Enfim, determinar-se-á em que medida a representação intuitiva se apresenta como fundamento da representação abstrata.
Schopenhauer se refere à Representação ao mundo como nos aparece na sua pluralidade, porém essa pluralidade representativa que o homem cria, é organizada e articulada no espaço e no tempo, representação implica o envolvimento das noções de sujeito e objeto, ou seja, quando falamos em sujeito, logo remetemos a um objeto (MVR I, §2, 45,46). As representações seriam responsáveis pela exposição do conhecimento, podendo reconhecer as formas do princípio da razão, apenas pode ser direcionada a uma ordem determinada de representações, a distinção entre sujeito e objeto é, pelo contrário, o modo comum á todas, sobre o qual se pode conceber uma representação qualquer, abstrata intuitiva, racional ou empírica, tudo que existe, existe para o pensamento (MVR I, §3, 48,49). Quando se trata da representação intuitiva, ela é responsável pela representação do mundo visível, é tempo e espaço, se tornando individuais quando são representáveis intuitivamente sem a matéria, a forma que lhe é inseparável corresponde ao espaço. O fazer efeito da matéria, no qual consiste toda a sua existência, concerne sempre a uma mudança, portanto é uma determinação do tempo. Quando envolve tempo e espaço não pode ser individuais, pressupostos por ela, mas a essência dela é constituída pela união de ambos, exatamente por que a matéria, como mostrado, reside no fazer efeito, na causalidade. A intuição é intuído pelo intelecto, obtendo