Energia Solar
Mestre em Teologia e Filosofia
Professor na Estef e Unilasalle
Resumo: Segundo Schopenhauer o mundo pode ser visto sob duas dimensões: vontade e representação. O mundo do ponto de vista da representação é o mundo como aparece à consciência sob as categorias de espaço, tempo e causalidade. É o mundo fenomênico. O mundo como vontade é o mundo, independentemente da consciência, é o mundo em si. O mundo em si, ou o mundo da vontade, é o mundo do querer cego e irracional que se expressa na natureza e, sobretudo, no amor sexual. O querer cego e sem propósito quer a vida e, com ela, o sofrimento e a morte. A forma de parar essa roda é anulando a vontade através da arte e, sobretudo, através do amor de compaixão. A filosofia de Schopenhauer é pessimista na teoria, mas otimista na prática.
Palavras-chave: vontade, representação, natureza, espécie, morte, amor, compaixão.
Introdução
Metafísico assumido e declaradamente influenciado por Platão1, Kant2 e o budismo3, Arthur Schopenhauer4 é um filósofo que merece ser revisitado, a despeito de sua filosofia em tom pessimista, um contraponto ao otimista Leibniz que obstinadamente postulava a tese de que vivemos “no melhor dos mundos possíveis”. Ao “melhor dos mundos” de Leibniz, Schopenhauer contrapõe o “pior dos mundos”, um mundo de dores e sofrimentos do qual o pensamento, a arte e a ética da compaixão serão seu consolo. Sua filosofia é, por igual, um contraponto ao idealismo, sobretudo hegeliano, na medida em que estrutura uma ontologia sob bases irracionais fazendo da vontade, e não da razão, o princípio que governa o mundo. A realidade não é racional e o racional não é real. A realidade verdadeiramente real é a vontade cega e a razão é apenas a superfície no oceano da irracionalidade.
A metafísica da vontade, defendida por