Questões sobre a filosofia de schopenhauer
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Avaliação:
Questões sobre a filosofia de Schopenhauer
ODAIR PAULO TOGNON
Trabalho de conclusão do curso de História da Filosofia Contemporânea I orientado pela Profa. Dra. Maria Lúcia Cacciola, do Departamento de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo.
SÃO PAULO - 2003
EXPONHA A CRÍTICA DE SCHOPENHAUER A KANT: QUESTÃO DO INTUITIVO E ABSTRATO.
Schopenhauer foi um grande admirador e, ao mesmo tempo, um grande crítico da obra de Kant. Elogiou-o em vários momentos de sua “Crítica a Filosofia Kantiana”; mas também não deixou de criticá-lo, partindo do pretexto que é “fácil demonstrar (...) as falhas e os erros”[i] na obra de um grande escritor. A distinção entre o pensamento de Schopenhauer e de Kant ficava evidenciado no que este chama de coisa em si e aquele dá o nome de vontade[ii]. No entanto, a principal crítica feita a Kant por Schopenhauer era a questão do intuitivo e abstrato.
Basicamente a crítica de Schopenhauer fundou-se sobre os erros que Kant cometera em suas edições da Crítica a Razão Pura. Na primeira edição desta, Kant reforçou a idéia[iii] de que é o sujeito que conhece o objeto (mundo exterior) apresentado no tempo e no espaço. No entanto, já na 2a edição da Crítica, Kant suprimiu as páginas nas quais ficava explícito sua adesão ao Idealismo, pois elas entravam em contradição com a noção da coisa em si a partir da lei da causalidade.[iv] Emergia uma confusão, segundo Schopenhauer, justamente no aspecto da representação. Para Kant havia duas fontes para aquisição do conhecimento: pelas impressões dos sentidos (conhecimento intuitivo) e pela formulações dos conceitos (conhecimento abstrato). A confusão de Kant fica evidente justamente quando ele trabalhava com esses dois conceitos; é neste ponto que Schopenhauer vai aprofundar a sua crítica