Repetência: a culpa é de quem?
Muitas vezes os alunos têm dificuldade em compreender os textos que leem, ou seja, eles não interagem com o texto, que se torna vazio e sem significado. Isso acontece porque o aluno tem dificuldades em traçar uma relação entre o texto, ele e sua própria realidade. Essa é a relação que o professor deve buscar para que o aluno aprenda a interpretar. Portanto, é preciso que primeiro seja levado aos alunos textos que sejam coerentes com suas realidades e, também que lhes sejam significativos. Muitos estudos já foram realizados sobre a leitura e a interpretação e, segundo Carlos Henrique Araújo, diretor de avaliação da educação básica do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), em entrevista à Folha Online (julho de 2003), um dos motivos do baixo desempenho em compreensão de textos é a falta do hábito de leitura, problema detectado não só entre os alunos, mas também entre os pais e mesmo entre os professores. "Somos um país de não-leitores. O professor lê pouco, a família lê pouco. O contato com o livro só é feito dentro do sistema de ensino e, muitas vezes, de forma desagradável." Levar diversos tipos de textos à sala de aula, como por exemplo, o gibi, que é um gênero literário colorido e de diálogos rápidos, estimula os alunos a tomar gosto pela leitura. Ou, seja, a leitura deve ser um momento de prazer para o aluno, pois quanto mais ele gostar do que lê, maior será sua facilidade em interpretar os textos.
Se um texto, quando trabalhado, não proporcionar o salto para o leitor para o seu contexto e mais, se o contexto do texto lido não proporcionar uma compreensão mais profunda do contexto em que o sujeito-leitor se situa ou busca se situar, então a leitura perde a validade. Dessa forma, não existe a posse, apreensão ou compreensão de ideias, mas a mera reprodução alienada de palavras ou de trechos veiculados pelo autor do texto (SILVA, 1993, p. 4-5).
A leitura, portanto,