Fracasso escolar
Um dos problemas cada vez mais crescente, principalmente no sistema educacional brasileiro, é o fracasso escolar. Porém, o que ocorre, muitas vezes é a busca pelos culpados de tal fracasso e, a partir daí, percebe-se um jogo onde ora se culpa a criança, ora a família, ora uma classe social, ora todo um sistema econômico, político e social. São vários os fatores que se pode atribuir ao fracasso escolar. O primeiro atribuído ao aluno, entendendo-se que o sistema de ensino está à altura da capacidade do educando e ele é que não se esforça para desenvolver o seu aprendizado. O segundo pode ser atribuído ao seu desprepreparo, às suas condições de vida, etc. E finalmente, ao próprio sistema educacional, principalmente aos processados nas escolas públicas brasileiras, representado pela falta de capacitação e especialização do corpo docente, ingerência na administração escolar, etc. Dos estudos realizados sobre o fracasso escolar, foram formulados três conceitos sobre essa problemática, o fracasso dos indivíduos (Poppovic, Exposito & Campos, 1975), o fracasso de uma classe social (Lewis, 1967, Hoggart, 1957) ou fracasso de um sistema social, econômico e político (Freitag, 1979; Porto, 1981). Para os estudiosos que conceituam o fracasso dos indivíduos, a privação cultural seria a causa desencadeante das dificuldades escolares, devido estes alunos não terem bem estruturados em seu seio familiar a cognição necessária para desenvolver habilidades matemáticas e lingüísticas. Quanto ao fracasso de uma classe social, os autores conceituam que os próprios membros da classe pobre não valorizam a educação, para estes a evasão escolar não é um problema, visto ser mais importante uma ocupação monetária do aluno para auxiliar no rendimento familiar (Hogart, 1957). Ao longo desses anos, o elevado número de repetência e evasão indica tanto a gravidade e a cronificação do problema como as dificuldades na efetivação de medidas que