A importância da lição de casa

A Progressão Continuada foi implantada nas escolas públicas do Estado de São Paulo em 1998 no governo de Mário Covas, aprovada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 e organizada no sistema de Ciclos, conforme seu artigo 32, com a proposta de diminuir a evasão e a repetência dos alunos no Ensino Fundamental e, assim, garantir que eles não só tenham acesso à escola, mas nela permaneçam.

A ideia de ciclos e progressão continuada é fundamentada nas teorias do construtivismo e apropriada de experiências realizadas em países europeus, sendo que esse sistema foi implantado inicialmente na França, em 1989.

Pretende-se uma nova organização da escola de forma, a oferecer aos alunos oportunidades de aprendizagem que respeitem suas diferenças, já que na progressão continuada, o aluno não é reprovado, os alunos são promovidos de uma série para outra independentemente das notas. Eles podem ficar retidos somente duas vezes, ao final dos ciclos: ao término do 5.º ano e do 9.º ano. Apenas o excesso de faltas leva à reprovação em outros anos. Mas isso não quer dizer que ele "passa de ano" de qualquer jeito: o sistema prevê que cada criança seja constantemente acompanhada e que receba apoio nos aspectos em que sentir dificuldades. Segundo Jean Piaget as crianças passam por ciclos de desenvolvimento, e que as aprendizagens ocorrem dentro desses ciclos. Mas cada criança tem um ritmo e uma maneira de aprender, que devem ser respeitados. Por isso, em vez de uma organização curricular dividida por séries, anual, a progressão prevê a possibilidade de ciclos de dois, três ou quatro anos e elimina a retenção dentro desse período, por acreditar que, com um tempo maior disponível, todos podem atingir as expectativas de aprendizagem. Contudo, o maior ganho não está nos números, mas no impacto sobre o desenvolvimento da criança. A reprovação, tida no sistema seriado como uma "nova chance de aprendizagem", transformou-se, no decorrer dos