Pedagogia da repetência
Reação do texto 11:
COSTA RIBEIRO, Sergio. A Pedagogia da Repetência. Estudos avançados. volume 5 n.12, USP.
Sérgio Costa Ribeiro, debruçando-se sobre estatísticas educacionais na década de 1980, sugere que o grande problema da educação nacional era, na verdade, a repetência e não a evasão, como se acreditava. O autor concluiu que as estatísticas do MEC “sobrestimavam a evasão” e “subestimavam a repetência”. Para sintetizar brevemente sua análise, é importante destacar o argumento no qual Costa Ribeiro mostrou que o aluno ficava em média doze anos na escola para concluir o ensino fundamental. De cada 1.000 alunos que se matriculam na primeira série de uma escola pública, apenas 43 se formavam dentro do tempo mínimo de oito anos. Deste modo, reforçando a maior relevância da repetência sobre a evasão escolar, Ribeiro afirma que “a tão propalada evasão entre a 1ª e a 2ª séries é simplesmente desprezível (2,3% da matrícula) e que a repetência, esta sim é importante (52,5% da matrícula).”
A sentença de Sergio Costa Ribeiro me chamou sobremaneira a atenção pelo fato de que sua demonstração analítica de fato coloca em xeque a evasão escolar como principal preocupação educacional para o aperfeiçoamento do sistema de ensino. A negligência do problema da repetência acaba perpetuando fatalismos contraproducentes, pois, sob esta perspectiva, a preocupação do estado deve ser apenas a de manter a criança na escola, mas isentando-se da responsabilidade pelas repetências, uma vez que a culpa é geralmente colocada na “incapacidade” do aluno em