Religião x aborto
Tomando como base as quatro religiões mais predominantes no Brasil (Catolicismo, protestantismo, espiritismo e umbanda) pode-se perceber, de forma geral, como as religiões influem no posicionamento das pessoas no debate do aborto.
O catolicismo costuma ser bastante conservadora quando o aborto entra em pauta. Prega que a alma está presente no novo ser desde o momento da fecundação e, por isso, condena-o de maneira ferrenha sob qualquer circunstancia, punindo os que fazem aborto com a excomunhão.
“O aborto é um homicídio voluntário ao qual corresponde a pena de morte.” (Papa Gregório XIV, 1591)
Os evangélicos brasileiros, assim como os católicos, costumam se opor ao aborto, constantemente fazendo atos e manifestações para mostrar seu desacordo, partindo da ideia de que Deus é o autor da vida e somente ele tem o direito de tirá-la. Não se tem escrito diretamente na bíblia sobre acordo ou desacordo com esse assunto, mas existe histórico judeu que se opõe. Ainda sim, diferente do catolicismo, o protestantismo priva pela vida da mulher também, apoiando o aborto apenas quando trás risco à vida da mãe. (SHEDD, 2007).
Segundo Kardec (1857 apud REVISTA REFORMADOR, 2000), o espiritismo também é contra o aborto, pois acreditam que a alma se junta ao corpo logo na concepção, mas só se completa no nascimento, existindo a exceção apenas para gestação que oferece riscos à mãe, preferindo assim, a vida da mesma. Além disso, acreditam que pessoas nascem para evoluir através de provações no dia-a-dia, portanto a mãe não tem direito de tirar a chance de um espírito reencarnar e dar continuidade à sua designação.
A umbanda é caracterizada pela orientação de que se fazendo o bem, se receberá também o bem no futuro, e não acreditam que fazer aborto seja uma ação positiva. A partir da ideia do livre arbítrio, prega-se nessa religião que cada pessoa seja capaz de arcar com as consequências dos seus atos. Acredita-se que a gravidez é uma dádiva divina ainda que