Religiao
A religião ocupa um espaço importante na obra de Durkheim, as religiões são constituídas por um sistema solidário de crenças e de práticas relativas às coisas sagradas isto é, crenças comuns a todos aqueles que se unem numa mesma comunidade moral chamada Igreja. Os fenômenos religiosos são de duas espécies: as crenças, que são estados de opinião, representações, e os ritos, que exprimem modos de conduta. Ambos organizam e classificam o universo das coisas em duas classes ou domínios radicalmente excludentes: o profano e o sagrado. A passagem do mundo profano para o sagrado implica uma metamorfose e envolve ritos de iniciação realizados por aquele que renuncia ou sai de um mundo para entrar em outro e que morre simbolicamente para renascer por meio de uma cerimônia. As coisas sagradas são protegidas, mantidas à distância e isoladas pelas interdições aplicadas às profanas.
É a sociedade, então, que envolve os indivíduos no fenômeno religioso e que, por meio dos ritos, torna-se mais viva e atuante na sua vida. Assim, um momento de profunda tristeza como o que se dá com a perda de um parente também reflete o estado que o grupo ao qual pertencia atravessa. Permitir a indiferença nessas situações em que o destino fere e diminui a família ou a comunidade “seria proclamar que elas não ocupam em seus corações o lugar a que têm direito”. Essa é a função do luto.
Assim é que Durkheim mostra sua esperança de que a vida coletiva se organize em potentes bases morais para que o homem descubra que “a humanidade foi abandonada sobre a terra às suas únicas forças e não pode senão contar consigo mesma para dirigir os seus destinos”
A TEORIA SOCIOLÓGICA DO CONHECIMENTO
A religião representa a própria sociedade idealizada, reflete as aspirações “para o bem, o belo, o ideal ”, e também incorpora o mal, a morte, e mesmo os aspectos mais repugnantes e vulgares da vida social. Ao exteriorizar sentimentos comuns, as religiões são também os primeiros sistemas