Psicossomática
Psicossomática um estudo histórico e epistemológico
Ednéia Albino Nunes Cerchiari* Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
RESUMO
Artigo originado da Dissertação de Mestrado Uma Contribuição ao Estudo da Relação Câncer de Mama e Alexitimia1. Trata-se de um detalhado estudo teórico sobre o tema, abrangendo a psicossomática desde suas origens às abordagens atuais. Procura fazer um levantamento de quais doenças que se encontram sob esta denominação e qual o fator etiológico predominante se biológico ou psíquico. Analisa também a alexitimia em sua relação com a psicossomática. Sugerir ainda o termo somatopsicose como o mais indicado para referenciar as doenças designadas psicossomáticas.
Palavras-chave: Psicossomática, Alexitimia, Somatopsicose.
O termo psicossomático, após séculos de estruturação, surgiu no século passado, através de Heinroth, com a criação das expressões psicossomática (1918) e somatopsíquica (1928). (Mello Filho, 1992).
No entanto, o movimento consolidou-se somente em meados deste século, através das contribuições pioneiras de Franz Alexander e da Escola de Chicago. Contudo, as dúvidas referentes à relação mente corpo continuam expressas na própria denominação psicossomática e ainda continua a ser usada por muitos estudiosos destes fenômenos.
Para Alexander, o termo psicossomático deve ser usado apenas para indicar um método de abordagem, tanto em pesquisa quanto em terapia, ou seja, o uso simultâneo e coordenado de métodos e conceitos somáticos - de um lado e métodos e conceitos psicológicos por outro lado. (Alexander, 1989, p.42).
A. Dias (1992, p.31), refletindo a relação entre sujeito e linguagem, começa por criticar o termo psicossomático. Afirma que é um termo gasto, pois entrou no domínio do psiquiátrico e da medicina com uma tal amplitude que, se bem que criando um novo espaço de investigação, também o diluiu noutros espaços afins. Propõe ainda que, a partir de algumas indicações deixadas por Bion, há