relações raciais no dia de hoje
O fim da Segunda Guerra Mundial e, notadamente, o avanço nos anos 60 e 70 dos movimentos pelos direitos ci vis nos EUA, fizeram evoluir as condições dos negros quanto à obtenção da cidadania. A Corte Suprema norte-americana tipificou a segregação racial como crime federal.
Este progresso que o movimento negro americano co nheceu contribuiu para o desenvolvimento de relações igualitárias, em termos étnicos, em toda a América. Embora tenhamos ainda, no Brasil, uma parcela significa tiva de pobres e excluídos de origem negra, como consequência de um processo histórico, há um aumento recen te e representativo da classe média negra em nosso país, fruto da atuação de diversos grupos em defesa desses direitos.
Essa condição, somada a uma participação cada vez mais crescente da sociedade brasileira em questões que antes eram um verdadeiro mito, dão a perspectiva de um crescimento cultural do país no debate direto sobre a discriminação, qualquer que seja, dirigida a grupos étnicos ou às minorias.
Inegavelmente, o mito brasileiro de "democracia racial" dificulta uma atitude mais resoluta dos movimentos em defesa dos direitos civis daqueles que são discriminados.
Na verdade, os preconceitos velados que observamos em nosso meio decorrem de uma questão socioeconômica que caracteriza a nossa história, em que a exclusão social fica marcada pela condição étnica ou pela origem regional das pessoas.
A legislação brasileira, embora muitas vezes não aplicada com eficácia, tem uma tradição de combater o racismo. A lei Afonso Arinos já punia a discriminação racial e a Constituição de 1988 configura o racismo como crime inafiançável. Apesar dos problemas raciais que ainda conhecemos, o Brasil é, sem dúvida, um paradigma de tolerância racial no