A análise da Lei de Cotas a partir do mito da democracia racial

5369 palavras 22 páginas
A análise da Lei de Cotas a partir do mito da democracia racial

A análise da Lei de Cotas a partir do mito da democracia racial
RESUMO: Este ensaio propõe-se a analisar a Lei de Cotas de 2012 a partir de alguns pontos distintos na teoria social brasileira no que concerne às questões raciais. Afinal, verifica-se que a idéia de que as conseqüências e dificuldades do país frente à herança colonial não foram enfrentadas ou ultrapassadas, mas sim, camuflada e subvertida. A análise será pautada em argumentos das concepções de três autores – de diferentes épocas do pensamento social brasileiro –, Gilberto Freyre, na obra Casa Grande e Senzala, da década de 1930; as análises desenvolvidas por Florestan Fernandes na década de 1950; e Raças e Classes Sociais no Brasil, de Octavio Ianni que data da década de 1970. É possível afirmar que o mito da democracia racial na cultura brasileira verdadeiramente mascara e ofusca a realidade social, a relação entre as desigualdades sociais, econômicas, políticas, jurídicas dos indivíduos. Todavia, a política da nova Lei de Cotas Sociais mostra-se um passo importante na longa caminhada rumo a políticas que realmente eliminem os antagonismos e diferenças da sociedade brasileira
Palavras - chave: democracia racial; cotas raciais; ações afirmativas;
Introdução
Este ensaio propõe-se analisar alguns pontos distintos na teoria social brasileira no que concerne às questões raciais. A análise será pautada em argumentos das concepções de três autores – de diferentes épocas do pensamento social brasileiro –, Gilberto Freyre, na obra Casa Grande e Senzala, da década de 1930; as análises desenvolvidas por Florestan Fernandes na década de 1950; e Raças e Classes Sociais no Brasil, de Octavio Ianni que data da década de 1970.
De modo geral, pretende-se abarcar a idéia central de que as conseqüências e dificuldades do país frente à herança colonial não foram enfrentadas ou ultrapassadas, mas sim, camuflada e subvertida. O “paraíso” racial

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