O Mito da Democracia Racial no Brasil
A “democracia Racial” é facilmente percebida como mito, ao depararmos com os altos índices que apontam as desigualdades raciais existentes no Brasil. Os dados apresentados por instituições de pesquisa respeitadíssimas, como o IBGE e o IPEA, não deixam dúvidas sobre a gravidade da situação vivenciada pela população negra no Brasil. Em pleno século XXI os dados resultantes de várias pesquisas desenvolvidas comprovam que os negros encontram-se em desvantagem em relação aos brancos em vários aspectos tais como: infra-estrutura urbana e habitação, acesso à educação e justiça, mercado de trabalho e na distribuição de renda. “Do total dos Universitários brasileiros, 97% são brancos, sobre 2% de negros e 1% de descendentes de orientais, 22 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, 70% deles são negros. Sobre 53 milhões de brasileiros que vivem na pobreza, 63% deles são negros”. A dimensão das desigualdades sofridas pela população negra no Brasil é assustadora e “são oriundas tanto de menores níveis de educação e de qualificação como da discriminação racial, ou seja, a existência do preconceito e do racismo acaba por prejudicar os indivíduos em razão de suas características físicas ou culturais” Apesar do Brasil contar com a segunda maior nação negra do mundo perdendo somente para a Nigéria, o histórico brasileiro é marcado pelo descaso com a problemática racial, fruto de uma ideologia que impediu, por muito tempo, o reconhecimento público da existência do problema racial em nosso país. Este descaso retardou a implementação de políticas afirmativas voltadas para promoção da inclusão dos negros em todos os espaços da vida social.
Porém, o enfrentamento das desigualdades, com o desenvolvimento de políticas afirmativas não tem contado com o apoio unânime da sociedade e essa política tem sofrido várias críticas por vários setores da sociedade. Até mesmo por intelectuais que afirmam que é preciso o