Relações Internacionais
Durante o segundo reinado, o Brasil mantém sua dependência econômica em relação à Inglaterra. Os dois países enfrentam vários conflitos diplomáticos e têm interesses divergentes na questão da escravidão, mas a política externa brasileira é de alinhamento praticamente automático com a dos ingleses. São eles que financiam as guerras em que o país se envolve no período – contra o Uruguai, a Argentina e o Paraguai.
Os industriais norte-americanos cobiçam participar do mercado brasileiro, mas não conseguem quebrar a hegemonia inglesa. Sem poder competir abertamente, passam a atuar contra os interesses ingleses. Fazem, inclusive, a intermediação do tráfico negreiro, atividade que tem a participação dos embaixadores dos Estados Unidos no Brasil.
O Brasil, após a emancipação política, caminhara no sentido de erguer um Estado soberano, capaz de fazer parte do "conjunto de nações civilizadas" do qual a Inglaterra e a França eram exemplos significativos. Em meados do século XIX, com a Monarquia já consolidada e com um Executivo forte, responsável pela garantia da ordem política e social, o Estado brasileiro sentia-se diferente dos demais Estados da América Latina, que após a emancipação haviam se transformado em Repúblicas.
D. Pedro II investirá na construção desta imagem "civilizada" do país no exterior. É com esta intenção que, desde 1862, oBrasil participa das exposições universais realizadas em cidades como Londres, Paris, Viena, Amsterdã entre outras. O Imperador chegava a cuidar pessoalmente do que seria exibido como o "melhor" do país, nestas ocasiões. Este esforço tinha o objetivo de veicular a idéia de um Brasil moderno e cosmopolita, em substituição à imagem de ser um país "distante, agrícola e apoiado na força do trabalho escravo." Assim, o Império, entendia-se "civilizado", em contraste com os demais Estados americanos que, por terem adotado a República, revelavam a "barbárie", "a anarquia", o "caudilhismo".