Relação de sociedade civil e o estado
O conceito de sociedade civil surge no mundo burguês junto com o conceito de Estado. Thomas Hobbes condenava ao homem uma “natureza humana” fixa, de ser egoísta, violento, e defender seus próprios interesses. O Estado, um pacto ou um contrato, surgiria para exigir ao homem a sua abdicação à sua “natureza humana” e se deixar a cargo do Estado. Logo em seguida, surge Locke apontando o Estado como garantidor de propriedade. Em Hobbes, a sociedade civil é subordinada pelo Estado. Mas com a modificação de Locke, todos os homens se submeteriam ao Estado, mas apenas os proprietários poderiam se manifestar. Outros pensadores que viriam a seguir iriam aperfeiçoar as instituições governamentais assegurando as necessidades dos proprietários.
A definição de hoje em dia, segundo o “Dicionário de Política” de Norberto Bobbio, para a contraposição de sociedade-civil e Estado entende-se por sociedade civil a relação entre indivíduos que se desenvolvem à margem das relações de poder que se caracterizam as instituições estatais. Sendo assim, a sociedade civil é representada como o terreno dos conflitos econômicos, ideológicos, sociais e religiosos. Que o Estado tem a seu cargo resolver, intervindo como mediador. Mas que nem sempre o Estado consegue ter esse controle sobre as instituições.
O controle dessas instituições não se torna possível porque na sociedade capitalista que se desenvolveu com a relação dos dois conceitos acima citados, se tornou impossível manejar o crescimento tão rápido dessas instituições.
E dessa relação criou-se uma sociedade de pessoas hostis e egoístas, que buscam a sua ascensão social a todo custo. O documentário “The Corporation” (2003), de Mark Archbar, trás a tona a questão das corporações, que hoje em dia, estão presentes em toda parte e são dominantes no cenário mundial, sem qualquer controle do Estado. O único objetivo delas é a obtenção de lucro a qualquer custo, mesmo que isso as