Relação da desigualdade nas escolas
Com a globalização da economia, da tecnologia e da comunicação tem-se um aumento de interferências e conflitos entre grupos sociais de diferentes culturas, diante desses problemas, muitos são os desafios no campo dos estudos culturais, diferentes iniciativas e movimentos vêm desenvolvendo propostas de educação para a paz, para os direitos humanos, para a ecologia, para os valores, etc.
Não há fundamento, nem argumento que justifiquem a idéia de que algumas identidades são normais, outras anormais. O que ocorre é que as relações sociais de poder produziram e continuam produzindo assimetrias, hierarquias, discriminações. Essas relações não são fixas, e podem ser desconstruídas e de certa forma essa é uma proposta da educação intercultural.
Historicamente a escola era vista como instrumento de homogeneização e formação de sujeitos conscientes, centrados e autônomos com as mesmas características. As escolas num universo intercultural passam a ser vistas como um lugar onde aprendermos a conviver com as diferenças, sem discriminar, hierarquizar, sem classificar grupos como superiores e inferiores, nesse contexto o indivíduo é levado a compreender o espaço da sala de aula como um espaço de relação contribuindo para o reconhecimento da flexibilidade dos fenômenos humanos e culturais.
No ambiente DIFERENÇA escolar encontramos diferentes culturas e diferentes identidades que dependendo das relações de poder podem adquirir novos significados, levando à processos de discriminação, exclusão, inferiorização.Mas a escola pode também ser um outro espaço (intercultural), um espaço para combater estes processos.
Outro exemplo ainda mais evidente é a questão da inserção dos afro-descendentes na sociedade brasileira após a abolição da escravatura. Este grupo étnico de forte identidade cultural porém historicamente privado de cidadania e direitos humanos foi, desde sua chegada ao país, um dos maiores contribuintes ao desenvolvimento do mesmo.