Relatório sobre o início do processo de formação das cidades contemporâneas
Existem várias definições para a cidade, bem como estudiosos de várias correntes que procuraram defini-la, sendo assim a cidade pode ser caracterizada tanto por suas diferenças com o campo, como a ausência de certos modos produção (agropecuária), quanto pela noção de classes sociais através da divisão do trabalho. Com base nessas idéias é possível começar a entender o processo de formação da cidade contemporânea a partir da cidade medieval européia, um rompimento entre o meio rural e o meio urbano, e o surgimento de novas classes sociais e novas relações de trabalho. Para tanto é importante a análise do período “pré-urbano” na idade medieval
Antes das cidades, o sistema feudal estava sobre a Europa ocidental. O feudo foi, em suma, um ambiente com meios de produção e de subsistência próprios. Nesses locais, era inexistente, e inconcebível, a idéia de propriedade privada, o que permitia que o sistema de trabalho e a suficiência desse domínio perdurassem, ou seja, a partir da naturalidade com que a relação de dominação entre servo e senhor, e a propriedade comum da terra como meio de produção eram aceitas, o sistema de “povoados ilha” (sistema feudal) se mantinha. Parte da responsabilidade sobre essa “aceitação natural” era da igreja católica, que tinha poder sobre a maior parte das terras, bem como influência direta na vida feudal.
Entendendo a terra como propriedade divina, a igreja justificava a ausência de propriedade privada, e a necessidade da propriedade comunal como meio produtivo. Ao monopolizar o conhecimento, trancando-o em suas bibliotecas, a igreja procurava afastar o criticismo e a filosofia clássica do pensamento popular,