relatos de um certo oriente
criou.Ao retornar a Manaus, após ter permanecido internada em uma clínica de repouso em São Paulo, a narradora chega justamente na noite que precede o dia da morte de Emilie, sua mãe adotiva.a partir dai ela mergulha nas lembranças pra recuperar Emelie através da memória, não apenas a sua, mas também a de outros personagens que entrelaçaram seu percurso de forma significativa ao daquela família.
o refúgio da memória é a interioridade do indivíduo, reduzido e isolado na sua própria história, quase que incomunicável com outro mundo que não seja o dele. estão presentes a diversidade de costumes, línguas, e a convivência entre indivíduos de diferentes
nacionalidades.A descrição das duas salas contíguas é repleta de marcas identificatórias do Oriente, indicando uma representação estilizada desse território: tapete de Isfahan, elefante indiano e reproduções de ideogramas chineses são alguns dos objetos de consumo dos ocidentais, tomados como símbolos, que estão presentes nos cômodos. as histórias falam das possibilidades e das dificuldades
do trabalho com a memória, das tensões e da convivência de culturas, religiões, línguas, lugares, sentimentos e sentidos diferentes das personagens em relação ao mundo.
A casa de Emilie, matriarca da família na narrativa do Relato, é um microcosmo onde estas tensões aparecem e são vividas cotidianamente.