Regressão
O Estamento sempre presente, procura manter em suas mãos o controle da sociedade, fazendo-a alienada a política e aos assuntos internos do governo. Mesmo que os figurinos ou atores mudassem continua a estrutura que permeia seu fruto assolador.
O Brasil colônia, Império, República sempre manteve seu estamento com corpo próprio, autogoverno e impenetrável. O Estado se transforma num “feixe de cargos”. “O funcionário está por toda parte, dirigindo a economia, controlando-a e limitando-a a sua própria determinação. Uma realidade política se entrelaça numa realidade social: o cargo confere fidalguia e riqueza”. Para o apadrinhamento dos vinculados ao soberano, reserva-se cargos e salários, inflando cada vez mais o Estado e abastecendo uma classe “improdutiva” “[...] a administração segue a economia, organizando-a para proveito do rei senhor e regente do tráfico. Desta confusão de águas não resulta apenas a peita, a corrupção, senão a enxurrada de servidores e pretendentes a servidores,de soldados e dependentes, de reivindicadores de pensões para a velhice."
O estamento burocrático que Faoro identifica como um quadro administrativo formado por funcionários e militares de domínio característico do patrimonialismo, em que, uma minoria comanda, instrui e controla a economia e os núcleos humanos. Esse tipo de domínio apropria-se das transações econômicas de desfrute dos bens, das concessões, dos cargos, não discernindo o setor público do privado, que, com o aperfeiçoamento da estrutura política, se fixa com divisão dos poderes.
O Estamento aprisiona a evolução econômica e social do Estado, ilhando o Estado Brasileiro e Português da economia mundial, num mundo em que menos nações se encontravam isoladas do resto do mundo, em busca da