Os textos propostos para reflexão, juntamente com o vídeo de Paulo Freire, nos levam a refletir sobre o ato de estudar como um fator determinante para o conhecimento do ser humano, do mundo ao nosso redor e para a transformação da realidade. Estudar e conhecer, especificidades humanas, são o cerne do conhecimento científico, sendo a pesquisa, como parte do processo de aprender, um dos caminhos para desvelar a realidade e intervir nela. Ao discorrer sobre os elementos do pensamento científico, Marigo (em texto no prelo para a disciplina Pesquisa em educação: teorias e métodos) retoma os estudos dos primeiros filósofos gregos que indicam o Ser como fundamento de todas as coisas, considerando, nesse sentido, os atos de pesquisar e educar como próprios dos seres humanos, embora sejam eles processos históricos que permeiam as relações dos indivíduos. Assim, as concepções de pesquisa e educação devem levar em consideração o sujeito, o mundo e as relações por eles estabelecidas, daí o caráter não neutro dos processos educativos e científicos. A compreensão do ser humano e como ele se constitui foram alvo das reflexões de Paulo Freire, para quem o foco da teoria pedagógica deveria ser a forma como o ser humano se constitui um problema para si. Para ele, educar é humanizar, é compreender os processos de humanização, refletindo, também, sobre os processos de desumanização que nos cercam em tempos de opressão, exclusão e desigualdade. Para Paulo Freire, somos seres inacabados e, sabendo disso, estamos nos inserindo num processo de busca, de procura. É o que Freire chama de “vocação do ser mais”. E essa busca nunca é individual, uma vez que os processos educativos são sempre sociais: ninguém se forma sozinho. Todo o ato educativo é dialógico, é um ato de interação entre humanos. Os processos de humanização, contudo, não se dão unicamente na escola. O ato de estudar em si extrapola os bancos escolares, como o próprio Freire