reflexão sobre o livro corrosão do carater
Curso de especialização em psicologia do trabalho
Disciplina: Introdução à psicologia do trabalho - 1º semestre de 2006
Profs.: Elizabeth Antunes e Vanessa Andrade
Aluna: Luciana Gáudio Martins Frontzek
Reflexão sobre o livro “A Corrosão do caráter”
Sempre pensei na importância do trabalho por experiência própria e por observar o meio a minha volta. As aulas sobre a psicologia do trabalho e a leitura do livro de Sennett me distanciaram deste sentimento visceral da importância do trabalho para entendê-lo com mais profundidade. Ao mesmo tempo pude entender melhor a mim mesma e às minhas reações diante do trabalho (ou da falta dele). Percebi que o trabalho tem um papel na sociedade muito maior do que eu supunha. Ele é insuperável em todos os modos de produção que já existiu e que ainda virá. O trabalho é ainda considerado categoria fundante e a linguagem aparece de forma praticamente concomitante, o que foi uma revelação para mim.
Atualmente é fácil constatar que o trabalho é a categoria central de organização social. O que “se faz” virou um sobrenome. Importa saber quem é pelo que a pessoa faz. Se a pessoa diz, sou psicóloga da empresa X, somente com esta frase (não é preciso nem saber seu nome) é possível deduzir o nível social da pessoa, a importância da sua função de acordo com o status da empresa X, se ela tem crédito para consumir ou não e várias outras suposições ligadas ao seu posto. Desta maneira, se torna muito mais coerente entender como o modo de produção atual tem conduzido suas relações de trabalho para conhecer os dilemas que o indivíduo enfrenta hoje.
Eu considero que a reflexão do Sennett é antecipada ou talvez anunciatória da urgência de mudanças no novo capitalismo. Eu me sinto no meio do “fogo” das questões colocadas por Sennett, e geralmente conseguimos enxergar com mais clareza uma situação quando tomamos uma distância mínima dela. A corrosão do caráter colocado por ele, eu li com a angústia