Reengenharia
Victor Cláudio Paradela Ferreira
Apresentação
Neste texto desenvolvemos um estudo sobre os conceitos básicos e uma reflexão crítica sobre a reengenharia, uma das mais populares e polêmicas teorias da Administração contemporânea. Inicialmente, apresentamos as principais idéias defendidas por Michael Hammer e James Champy, seus precurssores. A seguir, resgatamos algumas críticas desenvolvidas por especialistas em gestão de mudanças organizacionais. Procuramos, no final, apresentar nossa visão pessoal sobre as possibilidades e limitações da reengenharia, realçando ao mesmo tempo a propriedade das críticas a ela direcionadas e a atualidade de alguns dos seus preceitos fundamentais.
Introdução
Segundo Hammer e Champy (1993), há três forças que estão impelindo as organizações para um novo contexto, assustadoramente desconhecido da maioria dos gerentes: Os clientes, a concorrência e as mudanças. Desde o início dos anos 80, nas nações desenvolvidas, os clientes informam e exigem de seus fornecedores o que desejam, como e quando desejam e como pagarão. Essa nova situação é perturbadora para as empresas que se acostumaram a trabalhar num mercado de massa, onde podiam obrigar seus clientes a consumir aquilo que lhes era oferecido, por falta de opções diferenciadas.
Anteriormente, a concorrência se dava de maneira simples: a empresa que lançasse no mercado um produto ou serviço aceitável ao melhor preço conquistava as vendas. Agora, produtos semelhantes são vendidos em diferentes mercados, com bases competitivas distintas.
A Reengenharia é uma teoria bastante radical, que propõe a consecução de modificações drásticas e profundas nas organizações para fazer face a essas mudanças. De acordo com a opinião dos autores, as mudanças tradicionalmente operadas em organizações em dificuldades, como comprar ou vender divisões ou ingressar em novos ramos não são mais suficientes. Se uma