Redes e mobilização
Este trabalho tem por objetivo apontar aspectos relevantes que diferenciam os movimentos atuais dos movimentos do passado, bem como as evoluções ao longo dos anos, mostrando o que isso contribui para organizar e conscientizar a sociedade nos dias de hoje. Mostra também todo processo histórico destes movimentos, os diferentes enfoques que os motivaram ao longo da história.
Busca inicialmente, uma compreensão acerca da nova configuração da sociedade civil organizada, explicitando os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio.
A partir desta compreensão, busca-se explorar a diversidade identitária dos sujeitos, a transversalidade nas demandas por direitos, as formas de ativismo e de empoderamento através de articulações em rede e, finalmente, a participação política das organizações em rede.
Isto ocorre porque o movimento social atua cada vez mais sob uma forma de rede que ora se contrai em suas especificidades e ora se amplia na busca de empoderamento político. Portanto, pretende-se examinar, a seguir, como e através de que elementos materiais e simbólicos, referenciais normativos, circuitos identitários e formas de inserção nas redes se constroem nexos politicamente significativos e emancipatórios.
Redes de mobilizações no Brasil Contemporâneo
Os pontos relevantes que diferenciam os movimentos na atualidade, em relação a outros momentos do passado, são: * A necessidade de qualificação do tipo de ação coletiva que tem sido caracterizado como movimento social. Definições já clássicas sobre os movimentos sociais citam suas características básicas como: possuem uma identidade, têm um opositor e articulam ou se fundamentam num projeto de vida e de sociedade. Historicamente se observa que eles têm contribuído para organizar e conscientizar a sociedade; apresenta conjuntos de demandas via práticas de pressão/mobilização; têm certa continuidade e permanência. Eles não são apenas reativos, movidos só pelas necessidades, pois podem surgir e