O poder das redes como ferramenta de mobilização social
Por Sílvia Gusmão
Durante muito tempo, acreditou-se que o mundo virtual fosse apenas sinônimo de isolamento. Porém, com a proliferação das redes sociais, começou-se a observar que também contribuem para aumentar as possibilidades de compartilhamento e de mobilização das pessoas. É cada vez mais comum o uso de páginas como o Twitter e o Facebook para cobrar transparência do poder público, fazer manifestações políticas, cobrar postura ética das corporações e convocar movimentos sociais.
Um dos exemplos mais fortes dos últimos tempos no que diz respeito à política é a chamada Primavera Árabe. Desde o início deste ano, protestos em países árabes pedem mudanças estruturais na política, na economia e na sociedade. As revoltas foram organizadas, sobretudo, por interações via blogs, microblogs e sites de relacionamento. Isso porque, em países como a Líbia, Síria e Egito, as mídias tradicionais não constituem canais de comunicação legítimos da população. O chamado ciberativismo passa a estabelecer uma nova fronteira para a participação política, pois, a partir de um computador, os indivíduos conseguem mais rapidamente agregar pessoas à causa que defendem.
As mídias sociais se tornaram fundamentais para os consumidores cobrarem serviços, exercerem sua cidadania e demonstrarem indignação
A solidariedade também pode ser potencializada via internet. Foi o caso das enchentes no Rio de Janeiro ou dos terremotos no Japão, catástrofes que provocaram uma grande mobilização online. Milhões de tweets foram postados na intenção de arrecadar donativos para os necessitados. Outro exemplo da boa utilização das redes sociais é a criação de projetos sociais como a Casa da Cultura Digital, que agrupa ONGs, empresas e indivíduos, com o objetivo de divulgar, ao máximo, dados já tornados públicos pelo governo.
Por fim, podemos citar mobilização de consumidores insatisfeitos pelo Twitter. Se antes as reclamações dos clientes saiam em