recursos humanos
O trabalho vem se tornando cada vez mais central na vida das pessoas. Essa centralidade traz conseqüências paradoxais para a integridade física, psíquica e social dos trabalhadores. De um lado, o trabalho - como atividade produtiva ontológica -, constituinte da identidade do trabalhador assume papel essencial para assegurar à saúde, de outro, os contextos nos quais ele se insere, leva a uma precarização de condições e oportunidades, contribuindo para um possível adoecimento dos trabalhadores.
Tais prejuízos podem decorrer, ao mesmo tempo, da “compulsão ao trabalho” e do não trabalho, representado no desemprego estrutural. Ambos os contextos podem promover o estresse e a depressão. Especificamente, o emprego, contexto no qual o trabalho se insere, pode ser a tal ponto, contaminado por fatores patogênicos, que leva gradativamente um coletivo de trabalhadores ao adoecimento.
Essa espécie de contaminação revela o sentido que o trabalho assume para determinadas categorias profissionais. Quando esse sentido dado ao trabalho é de sofrimento ou de um prazer falaciosamente sustentado, podem ocorrer determinadas patologias sociais, que se alastram coletivamente, promovendo patologias individuais.
O trabalho pode participar desse adoecimento de dois modos diferentes: como colaborador e como desencadeador das doenças ditas “mentais”, ou como preferimos denominar doenças ocupacionais, considerando que a complexidade dessas desordens não envolve nas suas origens apenas elementos “mentais” no sentido do psicológico, mas integram também aspectos físicos e sociais, além de ter uma articulação com o ambiente ocupacional.
Na primeira situação, o trabalho colabora para o adoecimento, que se caracteriza por desordens psíquicas reveladas por meio de determinados traços ou sintomas. Tais desordens desaparecem quando a situação provocadora é transformada, sendo a integridade física, psíquica e social do indivíduo restabelecida.
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