Reconhecimento de argumentos
RECONHECIMENTO DE ARGUMENTOS (argumentos e não-argumentos)
Só há argumento – seja na linguagem oral, seja na linguagem escrita (textos de qualquer natureza) – quando existe a defesa de uma idéia, de uma posição, de uma opinião, e razões apresentadas em favor de tal ideia, posição ou opinião. Em outras palavras, para que haja um argumento é necessário que ocorra uma relação de justificação (deve haver uma proposição sendo justificada – a conclusão – e outra(s) que sirva(m) de justificativa(s) – a premissa). A existência de enunciados, portanto, é condição necessária para que um argumento ocorra, mas não é suficiente. Podemos ter muitas asserções (proposições afirmativas) que não sejam premissas nem conclusões.
Considere-se este enunciado: Se os objetos de arte são expressivos, eles são uma linguagem.
Aqui não é um argumento porque o enunciado é um enunciado condicional, que tem a forma “se... então”. Se se trata de um único enunciado, não pode constituir um argumento, já que para existir argumento são necessários, no mínimo, dois enunciados. Uma declaração condicional pode parecer um argumento, mas não é.
Os três primeiros exemplos abaixo são argumentos (há relação de justificação); os dois últimos não são argumentos:
Porque os objetos de arte são expressivos, eles são uma linguagem.
O Cobre é um metal; portanto conduz eletricidade.
desde que (visto que, uma vez que) Henry se diplomou em medicina, sua renda provavelmente é muito elevada.
desde que (uso mais temporal, e não lógico: a partir de...) Henry se diplomou em medicina houve muitas mudanças nas técnicas médicas
Isto é veneno; portanto, tire-o daqui. (Obs.: O segundo enunciado é um imperativo. Como premissas ou conclusões só podem ser sentenças declarativas e, como um argumento deve ter no mínimo dois enunciados, o trecho acima não pode ser um argumento.)