trabalho bimestral
A contribuição que vou apresentar nesta noite busca trazer elementos de reflexão a uma das temáticas mais caras ao momento que ora estamos vivenciando. Em sua essência busca, mais que explicar, compreender a realidade em sua forma mais ampla. Para tal intento, apresentarei inicialmente as características da sociedade em que vivemos.
Em seguida, apresentarei uma rápida visão dos conflitos geradores de insegurança e suas manifestações para, enfim, apresentar algumas conclusões sobre a situação. A República Federativa do Brasil se define como sendo um estado nacional, organizado politicamente como uma federação de estados, sob o regime democrático ancorado em uma constituição dita cidadã. Do ponto de vista econômico sua organização se lastreia nos pressupostos do capitalismo vigente no presente século, no âmbito do qual a propriedade privada é fator essencial e determinante das relações de produção. Daí se pode aduzir que existem categorias distintas de indivíduos, vez que há os proprietários dos meios de produção e os que, desprovidos de riquezas materiais, vendem sua força de trabalho. Historicamente pode-se constatar que há milhares de anos, desde quando o ser humano despertou para a noção de propriedade privada, iniciou-se o processo de diferenciação entre os homens com base no acúmulo de riquezas. Observe-se que nos primórdios, nas sociedades em que a natureza oferecia a satisfação de todas as necessidades humanas, não havia distinções de prestígio entre os mesmos, conforme apontam os estudos antropológicos das sociedades primeiras. Com o surgimento da ideia do acúmulo de bens os homens iniciam o inexorável processo de diferenciação entre si por conta dos privilégios de riqueza, invariavelmente associado à força física, manifestada de diversas maneiras. 1 Sociólogo, Professor Doutor na UFBA, Faculdade 2 de Julho e Unijorge Ao longo de séculos o homem construiu um modelo de sobrevivência baseado na produção da desigualdade, ou seja,