Realidade
A presença dos militares na política brasileira começou na proclamação da República. Mas as oligarquias conseguiram aliá-los construindo o sistema coronelista da Primeira República. Em 1930, eles voltaram com força, trazendo propostas de centralização política, industrialização, nacionalismo.
Os antivarguistas tinham se preparado para o governo dentro da Escola Superior de Guerra. Lá, elaboraram uma doutrina de segurança nacional e produziram, junto com técnicos civis, estudos sobre os principais problemas nacionais.
Assim, em 1964, os militares alegaram motivos para assumir o governo, julgavam-se preparados para fazê-lo e contavam com aliados poderosos. Dado o golpe, os direitos civis e políticos foram duramente atingidos pelas medidas de repressão. Por essa razão, eles merecem atenção especial. Como era maior a mobilização em 1964 e como estavam mais desenvolvidos os meios de controle, a repressão política dos governos militares foi também mais extensa e mais violenta do que a do Estado Novo.
Os instrumentos legais da repressão foram os "atos institucionais" editados pelos presidentes militares. Muitos sindicatos sofreram intervenção, foram fechados os órgãos de cúpula do movimento operário, como o CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) e o PDA. Foi invadida militarmente e fechada a UNE, o mesmo acontecendo com o ISEB. Varias comissões de inquérito foram criadas para apurar supostos crimes de corrupção.
O Ato Institucional nº 2, de outubro de 1965, aboliu a