o que é realidade
O livro expressa, de maneira bem clara, a subjetividade do termo realidade enquanto conceito, utilizando exemplos não menos subjetivos criando uma representação verossímil do que realmente entende-se por realidade. Segundo o autor, a realidade seria múltipla e infinita, constituída por quem a compõe, seja uma pessoa ou um animal. Arrisco comparar o termo com a capa do famoso disco de Pink Floyd, e dizer que realidade é como um prisma. Sendo o feixe de luz a ação, situação, pessoa, termo ou qualquer sentido do qual se intenciona assumir como realidade, a decomposição desde feixe seria um conjunto de interpretações, todas certas, e nenhuma igual. Dentro desse contexto, as variáveis são tantas que seria impossível a uma pessoa só chegar a uma realidade única, abrangente e verdadeira sob todos os pontos de vista. Diz-se ser realidade o que se pode ver, tocar, sentir, mover e interagir com; no entanto, ao interpretarmos realidade como um conceito e perguntarmos a nós mesmos qual seria a nossa realidade, entramos numa reflexão acerca de nossa vida inteira, situada em nosso tempo. Partindo desta problemática, não é possível ignorar a multiplicidade de "realidades" que nos cercam; apenas podemos generalizar e associar todas estas de forma que encontremos um ponto em comum, uma variável constante, como por exemplo o tempo ou espaço. A realidade do mundo, neste sentido, mudou incontáveis vezes durante os milênios; a sociedade muda ao passo que se torna cada vez mais independente e novas realidades surgem a cada instante. A religião católica foi por muito tempo a maior destas constantes de realidade; o que não se sabia julgava-se vontade de deus e, desta forma, todos os seus seguidores a aceitavam como realidade inegável, por conta do próprio deus. Quando, no renascimento, começou a disseminar-se a ideia de ciência como sendo a razão comum de todas as coisas, as pessoas passaram a