RAWLS E HABERMAS
O filósofo John Rawls, dedicou boa parte de sua vida acadêmica à elaboração de sua Teoria da Justiça. Ele parte do pressuposto de que a desigualdade é natural à condição humana em sociedade e que o homem é um “egoista racional” mas que ainda assim, pode superar essa condição ao se associar a outros para estabelecer os princípios da vida comum. Seus conceitos de como tornar as sociedades mais justas tem sido inseridas nas teorias e práticas políticas com frequência. Temas que hoje provocam polêmica, como o sistema de cotas para os negros nas universidades e nos cargos públicos, derivam diretamente da concepção de sociedade justa. Rawls afirmava que as pessoas não nascem iguais e também não tem as mesmas oportunidades durante a vida. Por isso, de acordo com os Princípios da Justiça, para um crescimento razoável da sociedade, deve haver um equilíbrio entre o desenvolvimento e o respeito social. Os conceitos utilitaristas de sempre procurar priorizar a maximização da felicidade da maioria, por mais que seja necessário sacrificar a minoria, também foram questionados pelos princípios de justiça e igualdade. De acordo com a lógica utilitarista, as cotas devem existir sim para que os desfavorecidos sejam beneficiados e para que tenham igualdade justa de oportunidade, por exemplo, vários alunos que foram formados pelas universidades públicas eram de classes sociais que possuíam mais recursos e podiam pagar por ensino médio privado de maior qualidade e portanto, tinham mais chances de ingressar nessas universidades, deixando os menos favorecidos sem a oportunidade de completar o ensino superior e sem a possibilidade de almejar condições de vida melhor, o que de certa maneira, contribui para o aumento da desigualdade social. Para Habermas, as cotas também devem existir. Segundo ele, o modernismo politico nos acostumou a tratar igualmente os seres desiguais, em vez de tratá-los de modo desigual, daí a justificativa de