Raizes do Brasil Opiniao
2. Trabalho & aventura (carla)
3. Herança rural (karla)
4. O semeador e o ladrilhador (luis)
5. O homem cordial (karla)
6. Novos tempos (luis)
7. Nossa revolução (leo)
8. Sérgio Buarque
Capítulo 1. Fronteiras da Europa
A formação social da península ibérica e de países vizinhos do continente europeu, se deu pela incapacidade de desenvolver uma cultura de personalidade, que se observa um traço positivo na cultura hispânica. Pode-se concluir que o valor atribuído a pessoa humana, à autonomia da pessoa humana devem-se aos espanhóis e portugueses de sua originalidade nacional. Para eles, o índice do valor do homem vale quando o indivíduo não precise depender dos demais. Cada qual é filho de si mesmo, de seu esforço próprio, de suas virtudes. Essas virtudes são tão imperativas, que chegam por vezes a marcar o porte pessoal e até a fisionomia dos homens. Sua manifestação mais completa se deu no estoicismo que, com pouca corrupção, têm sido a filosofia de vida dos espanhóis desde o tempo de Sêneca.
Em terra onde todos são barões não é possível acordo coletivo durável, a não ser por uma força exterior respeitável e temida. Nos países onde houve o feudalismo, consta-se o princípio das competições individuais.
A frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e Brasil. Anarquia e indolência nas instituições e costumes desse tipo, sempre se frutificou aqui com maior facilidade. O decreto dos governos nasceram em primeiro lugar da necessidade de se conterem e de se refrearem as paixões particulares momentâneas, só raras vezes na pretensão de se associarem permanentemente as forças ativas. No fundo, o próprio princípio de hierarquia nunca chegou a importar de modo cabal entre nós. Toda hierarquia funda-se necessariamente em privilégios. Portanto, antes de triunfarem no mundo as ideias revolucionárias,