radicais livre e stress
Nas últimas décadas, foram realizadas inúmeras pesquisas para esclarecer o papel dos radicais livres em processos fisiopatológicos como envelhecimento, câncer, aterosclerose, inflamação, etc. Ao abrirmos um periódico, com freqüência, encontramos temas relacionados a radicais livres, que, por seu caráter multidisciplinar, têm atraído a atenção de pesquisadores de várias áreas. No entanto, os artigos desta linha de pesquisa, muitas vezes, causam desinteresse no leitor não-especializado, porque estão mergulhados num mundo bioquímico de difícil entendimento. O objetivo do presente artigo é fornecer conceitos importantes a esses leitores, com a finalidade de desmistificar o tema.
O QUE É RADICAL LIVRE?
As camadas eletrônicas de um elemento químico são denominadas K, L, M e N, e seus subníveis, s, p, d, f. De maneira simples, o termo radical livre refere-se a átomo ou molécula altamente reativo, que contêm número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica1,2. É este não-emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas.
Vamos acompanhar a formação de um radical livre, o superóxido (O2-.), que é derivado do oxigênio molecular (O2). O O2 é composto por dois elementos oxigênio (O), cujo número atômico é 8, sendo sua distribuição de életrons a seguinte:
K 1 s 2
L 2s2 2p4
Para formar o oxigênio molecular (O2), os dois elétrons solitários do subnível p de um elemento oxigênio fazem intercâmbio com os dois elétrons de outro elemento oxigênio, formando um composto estável com 12 elétrons na última camada (L). Assim:
K 1 s2
L 2s2 2p4
L 2s2 2p4
K 1 s2
É conveniente recordar que reações de redução implicam em ganho de elétrons, e as de oxidação, em perda. Portanto, quando no metabolismo normal ocorrer uma redução do oxigênio molecular (O2), este ganhará um elétron, formando o radical