Rabelais e Montaigne
Rabelais, ao escrever Gargantua e Pantagruel representa de maneira irreverente a educação baseada em velhos preceitos e julgava como viciosa, suja e depravada. O comportamento desregrado, glutão e preguiçoso dos pais e do Gargantua são uma crítica a toda sociedade. Segundo ele, a evolução para tais características seria uma forma de higienização, então, o corpo com a devida higiene, ganha uma dimensão muito importante na obra. O autor destaca que o orientador de Gargantua, usava laxantes para que o aluno esquecesse de tudo que havia aprendido para, a partir de então, ter um novo método de educação, não baseado nos moldes medievais.
Já Montaigne, escreve sobre ele mesmo e menciona em suas propostas o quanto é importante o respeito do educador para com seus alunos a fim de não constrangê-los. Ele era contra os castigos e constrangimentos, achava que caberia ao mestre também visualizar o potencial de seus alunos e condenava a educação coletiva. Para Montaigne, o melhor método para educar era a conversa e a discussão. Sua reflexão não se expressa com certa ironia como a sátira de Rabelais, ele nos passa a ideia de que a educação deve se preocupar também com a formação moral do aluno, sendo a figura do docente importante para a formação fundada no “bom senso”, na “virtude” e que “saber melhor” se opõe a “saber mais”, na qual, o primeiro “saber” deve ser privilegiado.
Ambos os autores retratam a educação, entretanto, enquanto no texto de Montaigne é mais explicitado sobre as preocupações educacionais e pedagógicas, no texto de Rabelais, o autor se concentra mais na rotina de aprendizado de Gargantua, representando seu longo dia de