quimica de coordenação
Alfred Werner foi o primeiro químico inorgânico a receber o Prêmio Nobel de Química. Este foi recebido em 1913 e seu trabalho foi considerado uma revolução no campo de pesquisa da química inorgânica. [2] O brilhante trabalho que lhe rendeu o prêmio foi publicado em 1893, com o título “Contribuição à constituição de compostos inorgânicos”. Nele, conceitos de átomos centrais, número de coordenação, ligações iônicas e covalentes foram apresentados e enunciaram a teoria das valências residuais ou da coordenação. [1] Na leitura de seu Nobel, Werner diz que seu trabalho iniciou-se ao apresentar uma hipótese sobre os arranjos dos átomos nas moléculas contendo nitrogênio. Ao descrever os átomos da forma que estão apresentados em torno de um átomo central nas moléculas, ele destrinchou a estereoquímica dos compostos de nitrogênio. Ao elaborar sua teoria, Werner considerou que o átomo de nitrogênio estava situado em um dos vértices de um tetraedro, era trivalente e dispunha de um par de elétrons livre e isolado, que poderia formar novas ligações. [3] Isto foi fundamental para o seu sucesso, pois na época não havia uma preocupação com a geometria espacial das moléculas. Este seria o começo para abrir os caminhos de sua pesquisa. Werner redefiniu conceitos de valência. Explorou uma visão espacial em que um íon metálico ocupa a região central e passa a coordenar a entrada das moléculas ao seu redor, denominadas ligantes, orientando a formação de uma esfera interna de coordenação, com geometria bem definida. A valência primária seria dada pela carga do íon metálico, e a valência secundária pela capacidade dos ligantes (ânions) em coordenar-se ao metal. Esta última definiria dois novos conceitos, a esfera interna de coordenação primária e secundária.
Na primeira, os ânions estariam diretamente ligados ao átomo central. Na segunda os íons são atraídos eletrostaticamente ao átomo central, contribuindo para neutralizar a