Questões de sociologia para refletir
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pós-graduação stricto sensu sob a justificativa: "Outra confusão comum é a diferenciação entre as pós-graduações stricto sensu e lato sensu. Com a recente transformação do ensino superior em mercadoria ocorreu uma explosão de ofertas de cursos de especialização lato sensu, infelizemente nem sempre oferecidos por instituições sérias ou comprometidas com a qualidade de ensino. Como consequência disto surgiu um sério preconceito contra esses cursos, e este preconceito muitas vezes é estendido à pós-graduação de maneira geral." Aparentemente incorporaram os preconceitos contra os pós-graduandos lato sensu. Adotarei a restrição, no entanto, não pela aceitação de que o lato sensu é de baixa qualidade, mas sim, em reconhecimento de que as situações são distintas. A pós lato sensu é eminentemente voltada para o mercado e a valorização se dá diretamente na carreira dos que fazem tais cursos: como aumento de salário, melhores oportunidades de emprego, networking, etc. A stricto sensu envolve mais a cultura da pesquisa acadêmica, no Brasil e em vários lugares do mundo, restrito ou a instituições públicas ou cujo funcionamento dependa enormemente de verbas públicas para o financiamento. No Brasil, certamente a dinâmica que envolve a valorização de títulos de mestrado e doutorado stricto sensu não envolve grande participação de mecanismos tipicamente do mercado de trabalho. As IES privadas estão longe de cumprirem a determinação legal de 70% do corpo docente formado por mestres e doutores - e, sempre que possível e necessário, lançam a mão de reduzir seus quadros de professores titulados para diminuir custos.
Assim, faz pouco sentido valorar a pós-graduação a partir de dados mercadológicos: o quanto mestres e doutores recebem mais e são mais procurados do que os que são apenas graduados. Ademais a empregabilidade de doutores no Brasil é bem menor do que a média do mercado de trabalho: quase 30% não trabalham na área em que se especializaram. Uma saída é