questoes objetivas
QUESTÕES OBJETIVAS
Leia, com atenção, o Texto I, “Cést la Guerre!”, de Carlos Heitor Cony, publicado em Antologia de Crônicas, org.
Herberto Sales, 3ª ed., São Paulo: Ediouro, 2005, p. 13-14, para responder às questões de 01 a 08.
“C’est la Guerre!” Minhas relações com as Matemáticas nunca foram boas – e exagero ao falar em Matemáticas, no plural e na maiúscula. Nem mesmo a elementar aritmética privou de muita intimidade com meu impenetrável cérebro.
Por todos os chamados bancos escolares que lustrei em minhas andanças, sempre deixei a merecida fama de refratário aos números, às operações, às frações e às regras de três. Não cito os logaritmos porque seria um escárnio de minha parte mencionar tais entidades. Não morri de fome pelas sarjetas – como um certo professor um dia profetizou, mas tenho passado vexames abomináveis e tido irrelevantes prejuízos nos trocos. Nada mais do que isso. Paralela ao meu desamor pelas matemáticas, ou fruto dele, surgiu uma babosa admiração pelas máquinas capazes de fazer aquilo que não sei nem posso fazer. Não admiro um guindaste, nem um trator – sei que são máquinas movidas por cavalos-vapor, e sei o que seja um cavalo e imagino o que seja um cavalo em forma de vapor de energia. Mas diante de uma simples máquina de somar, tremo os joelhos de emoção e respeito. Já não falo dos cérebros eletrônicos, esses monstros capazes de calcular eclipses, marés, trajetórias planetárias e de jogar xadrez. Não jogo xadrez e pouco ligo para as trajetórias planetárias e para os eclipses. Sei que os cérebros eletrônicos são capazes até de fazer poemas, o que não conta no saco de seus infindáveis méritos: muito cara-de-pau por aí, muito cérebro ruim também é capaz de fazer poemas, e os poemas terminam em antologias e o cérebro na Academia. Mas voltemos às matemáticas. No outro dia tive babosa admiração não pela máquina de somar, mas por mim mesmo.