Quinta da Regaleira

Visita de estudo à Quinta da Regaleira

Na minha opinião, o ponto fulcral /principal nesta viagem no âmbito da Filosofia é o Poço Iniciático: um poço com 27 metros e constituído por 9 andares. O próprio nome indica que é neste preciso local que se inicia o trabalho filosófico.
À medida que descemos em altitude em direção ao fundo do poço, é notável que a luminosidade vai diminuindo e devido à falta de correntes de ar, observa-se uma precipitação da água através das rochas.
Todos estes fatores (a escuridão e a água) irão ser dois condicionantes da nossa perspetiva filosófica e vão influenciar as nossas decisões.
Quando nos tornamos incapazes de ver nitidamente devido ao escuro do poço, começamos a sentir-nos inseguros e com receio pois não conseguimos prever o que se encontra à nossa frente, não sabemos se pisamos uma rocha, uma poça de água ou até mesmo lama. Temos de nos guiar pelo som da água ao longo da gruta, o que não é fácil devido ao facto de não estarmos habituados àquela situação. É por esta razão que a meio do caminho a gruta torna-se parcialmente iluminada, para habituar, a pouco e pouco, os nossos olhos, o nosso cérebro e o nosso corpo àquela nova sensação.
Tal é relatado na Alegoria da Caverna, citada no livro VII da República, por Platão : um conjunto de indivíduos presos toda a sua vida dentro da gruta e, se por acaso, um deles viesse ao exterior teria de habituar a pouco e pouco os seus olhos à luz do sol, algo desconhecido para os mesmos: primeiro iria ver o reflexo das coisas na água, depois as próprias coisas e só por fim o indivíduo seria capaz de enfrentar a intensidade total da luz.
No final desta gruta parcialmente iluminada, deparamo-nos com a imagem de uma cascata e de um rio, juntamente com dois caminhos: um deles (direita) leva-nos diretamente ao ponto de ligação entre as duas margens do rio, enquanto que o outro (esquerda) nos leva para outro sítio diferente do rio, desistindo assim do nosso caminho.
Um episódio comum